quinta-feira, 18 de março de 2010

CAPE EPIC - Viajando para a Africa

Despedidas, aventuras burocráticas e muita, muita viajem, muitas, muitas horas de vôo...
Fortaleza – 16 de março
6.30 da manhã – aeroporto internacional Pinto Martins – parada obrigatória na receita federal para registrar as bikes e os aparelhos eletrônicos, identificando-os como sendo nossos para que no retorno não pareçam terem sido comprados fora do Brasil. Então, um último café com minha querida mulher e uma conversa com meu pai. Agora vamos para o chek in e daí a despedida com todos, avó querida e cheia de lágrimas, e o encontro com mais um integrante do time brasileiro – Paulo Brandão – este iria nos acompanhar até a África desde os primeiros instantes.
Felizmente nosso vôo é direto para São Paulo e saímos às 8h com chegada um pouco antes das 11.30h.
São Paulo – Guarulhos – 16 de março
Recolher as bagagens no desembarque e preparar-se para um novo embarque, agora para Johannesburg. Indo até a South African Airways descobrimos que nosso próximo chek in acontecerá só a partir das 13.30h, e então retornamos quase três quarteirões de distância dentro do grande aeroporto de Guarulhos para comer uma pizza de quase R$70,00 que o Paulo Brandão nos convidou, seria mais gentileza se ele também pagasse.
Barriga cheia, e bolsos vazios, andamos mais três quarteirões ouvindo àquela velha conversa do Alfredo dizendo que “estava tudo correndo bem, e não tinha esquecido nada desta vez”.
Carlos Lopes – ANVISA
No chek in, às 13.30h, descubro que meu cartão de vacina não vale para viagens internacionais, e rapidamente corro para a sala da ANVISA no aeroporto para tentar regularizar. No caminho vejo o Alfredo “com cara de quem viu assombração correndo em disparada a dizer que estava a caminho da polícia Federal. Porém, primeiro vou resolver o meu, porque com aquela pressa toda acho que ele iria conseguir resolver seu problema primeiro que eu. Na ANVISA descubro que é um procedimento simples e rápido, então resolvo e vou à procura do Alfredo na Polícia Federal.
Alfredo Montenegro – Polícia Federal
Chegando à Polícia Federal – com seu passaporte vencido – meu caro amigo Alfredo, em sua primeira abordagem recebe a informação de que para receber seu passaporte ele teria que esperar a Delegada que não iria chegar logo, mas que ficasse despreocupado com seu vôo, pois ele já estava perdido.
Então o que fazer, seguindo os passos de um bom aprendiz, meu caro amigo diz “tudo bem”, disfarça que vai esperar e logo que a atendente se retira ele procura outra atendente sabendo que sempre que fazemos algo pela segunda vez, fazemos melhor que a primeira, e que a cada nova tentativa fazemos melhor. Sua idéia era, “não desistirei até o vôo partir, afinal, Thomas quando foi fazer a lâmpada tentou mais de 10 mil vezes.”
Então uma nova atendente, e uma nova abordagem. Sua história: “minha querida eu estou de partida para o país da Copa do Mundo e fui escolhido para ser Embaixador do Brasil na mais importante corrida de Mountain Bike do mundo que acontece também na África do Sul. Também tenho reunião com a organização do evento e minha missão tem importância diplomática”. Contou a história, restava saber se ela acreditaria...
A atendente, um pouco confusa, lhe pede comprovação do que está dizendo. Ele se achando mais esperto, e já se sentindo “O Cara”, mostra-lhe a camisa oficial do “Brasil Ceará Team e a sua carteira da CBB emitida pela FCC – Federação Cearense de Ciclismo”. Daí então, tudo parece surtir mais efeito e sua nova tentativa foi um sucesso. O rapaz aprende rápido, agora é torcer para a primeira atendente não aparecer.
Retirar a foto no shopping, fazer o pagamento daquelas taxas e retornar para preenchimento dos formulários e uma nova foto, desta vez na Polícia Federal. Estes são seus passos , que apesar das filas são feitos em tempo hábil.
Durante isso, vemos pessoas e inclusive comissários de bordo, indo na mesma polícia apenas para marcar o dia que poderiam ir para preencher os formulários e então receber seus passaportes com um prazo não menor que 15 dias.
Em fim, tudo acaba em menos de 2 horas e lá estamos nós para terminar o check in e embarcar novamente. Pelo menos agora quando eu precisar de passaporte já sei a quem pedir, ao Alfredo Montenegro, já que ele é Embaixador do Brasil e tem essa moral toda.
Queria agradecer as pessoas da polícia Federal por terem sido tão atenciosas em todos os procedimentos, e terem se sensibilizado com nosso problema, do contrário não teríamos resolvido.
Enfim para Johannesburg
E ainda no embarque, ja dentro do aviao para o continente africano, encontramos Jose Filho e Lourenco que vieram se juntar ao time.
Novo embarque, agora para um vôo de 9 horas e saída para Johannesburg, onde temos um atraso em nossos relógios de 5 horas – devido ao fuso horário. Assim nossa chegada é às 7h da manhã na África e 2h da manhã em Brasília, o que nos deixa confusos e muito cansados. Passar uma noite inteira sentado na poltrona do avião e aquela confusão toda só deixaram minha perna bem inchada e dolorida.
Nossa chegada é no tempo previsto, e um pouco antes disso podemos deslumbrar um deserto por onde o avião sobrevoava. Em Johannesburg retiramos nossa bagagem e partimos novamente para um novo check in, desta vez para Cape Town (cidade do Cabo), o novo vôo dura mais 2 horas e chegamos no aeroporto de Cape Town para enfim alugarmos uma van e estarmos no hotel umas 30 horas depois de sair de casa no Brasil.
Cansativo, desafiante, e engraçada foi esta a característica de nossa viagem até aqui. No fim, mais uma frase de Alfredo nos deixa a rir: “Essas comédias só acontecem comigo, e quando eu voltar todos iram tirar sarro comigo”.
Carlos Lopes

2 comentários:

  1. Boa sorte... E que representem o Ceara e o Brasil com a Garra de superar limites como todo bom Nordestino!!!!!!

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  2. Acontece que pra tudo iso ter um belo efeito em sua vida é vc poder passar pra jente toda a emoção do acontecido...
    VALEU E bOA SORTE!

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